OUTUBRO ROSA e o CÂNCER DE MAMA

OUTUBRO ROSA e o CÂNCER DE MAMA

Uma das campanhas contra o câncer mais tradicionais no Brasil se dá em outubro, denominada de Outubro Rosa, que visa orientar e alertar sobre os cuidados e riscos do câncer de mama. Organizada no país pela FEMASA – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, desde 2008, a campanha já promoveu ações marcantes, como a iluminação rosa de pontos turísticos importantes, a exemplo do Cristo Redentor e do Congresso Nacional. A ideia é atrair a atenção para o tema, estimulando o diagnóstico precoce e desmistificando o tratamento.

O Outubro Rosa começou nos Estados Unidos como uma forma de dar certa unidade às diversas ações que aconteciam de forma isolada por todo o país. A escolha pela cor rosa foi uma forma de reforçar o símbolo do laço rosa, criado na década de 1990 pela Fundação Susang G.Komen for the Cure, a principal entidade de apoio às pacientes de câncer de mama do mundo.

Um dos atos mais tradicionais do Outubro Rosa é a organização de corridas em apoio à causa. Os eventos, chamados de Corrida pela Cura, têm valor de inscrição revertido para entidades de pesquisa e de apoio a pacientes e costuma reunir milhares de pessoas em cidades de todo o mundo, inclusive no Brasil.

O câncer da mama é o que mais acomete as mulheres em todo o mundo. Em 2014, no Brasil estima-se 52.680 novos casos da doença, com risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Em quatro das cinco regiões brasileiras, é o tipo mais comum entre as mulheres, sem considerar os tumores da pele não melanoma: Sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na Região Norte, é o segundo tumor mais incidente (19/100 mil), ficando atrás do câncer do colo do útero (23/100 mil).

As mulheres entre 40 e 49 anos devem, anualmente, fazer o exame clínico das mamas, com um profissional de saúde capacitado, um médico especialista na área. Caso seja identificada alguma alteração suspeita, o profissional pedirá uma mamografia para confirmação diagnóstica. Já entre os 50 e os 69 anos é recomendada a realização de mamografias de rastreamento, a cada dois anos. Mulheres com risco aumentado de desenvolver câncer de mama – as que têm mãe ou irmã com câncer de mama antes dos 50 anos; história familiar de câncer de mama bilateral, câncer de ovário ou câncer de mama masculino – devem iniciar o acompanhamento aos 35 anos.

A mamografia é hoje a principal estratégia para o diagnóstico precoce do câncer de mama. O Ministério da Saúde instituiu, a partir de 2013, o PNQM – Programa Nacional de Qualidade em Mamografia, que visa melhorar a qualidade dos 3,5 milhões de exames realizados anualmente no Brasil e aumentar a segurança no uso dos mamógrafos nos serviços públicos e privados do País. O programa tem caráter obrigatório para os mais de quatro mil serviços de mamografia em operação no País.

Hoje, estudos comprovam que o câncer de mama pode ter até 95% de chance de cura se detectado precocemente, por isso, procure a seu médico de confiança e mantenha em dia seus exames.

Neste mês de outubro, todas as mulheres entre 40 a 69 anos de idade são estimuladas a fazer o exame mamográfico. Se você não está nessa faixa etária, mas tem amigas, familiares e conhecidas para conscientizar sobre essa prática simples e que salva milhares de vidas, contribua para essa linda causa orientando essas pessoas quanto à necessidade e o benefício da realização do exame e de uma boa avaliação médica.

 

Autora: Dra. Maitê de Liz Vassen Schurmann – CRM: 11084

Especialista em Oncologia Clínica e Clínica Médica

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