LINFEDEMA

LINFEDEMA

O linfedema é uma doença crônica que consiste no aumento volumétrico do membro decorrente de um desequilíbrio entre a formação da linfa e a capacidade de drenagem do sistema linfático levando ao acúmulo deste fluido no interstício.

As causas do linfedema podem ser primárias, como nos casos de má formação congênita do sistema linfático ou podem ser secundárias decorrentes de infecção (filariose), aumento da pressão capilar (insuficiência cardíaca, insuficiência hepática) e mais comumente por obstrução ou destruição do sistema linfático decorrente do envolvimento tumoral direto ou decorrente da ressecção cirúrgica em uma determinada região do corpo, sendo esta última situação o principal foco deste boletim.

O linfedema, no cenário oncológico, tem o câncer de mama como a sua principal causa e decorre, primordialmente, da abordagem axilar para o tratamento do câncer de mama, praticamente não tendo relação com a cirurgia mamária propriamente dita. A linfenedectomia axilar é o principal fator relacionado ao desenvolvimento de linfedema, pois promove a lesão dos linfáticos que drenam o membro superior ipsilateral comprometendo a sua drenagem linfática. As taxas de linfedema teve sua freqüência reduzida de forma significativa com o advento da biópsia do linfonodo sentinela, mas que também não é isenta deste tipo de morbidade.

Dentre outros fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de linfedema podemos citar a radioterapia, a obesidade e as complicações cirúrgicas como deiscência, seroma e infecção do sítio cirúrgico.

No início do quadro os sintomas são incaracterísticos, mas com o passar do tempo, a linfa vai causando uma inflação crônica no tecido celular subcutâneo levado a fibrose tornando o linfedema evidente – fase de maior dificuldade para o tratamento. Para o diagnóstico do linfedema em sua fase inicial é primordial a avaliação volumétrica do membro pelo médico ou por um fisioterapeuta.

O linfedema é um problema limitante para muitos pacientes estando relacionado a alterações funcionais, psicológicos e sociais o que reduz bastante a qualidade de vida e capacidade laborativa destes pacientes. Neste aspecto também se configura como um problema de saúde pública e previdenciário.

A principal modalidade de tratamento do linfedema é a fisioterapia através de várias técnicas como veremos a seguir. No entanto, a profilaxia consiste na mais importante medida para evitar o desenvolvimento de linfedema e deve ser abordado já nas consultas pré-operatórias e reforçada a cada consulta pós-operatória o que certamente contribuirá em muito para a manutenção da qualidade de vida de nossas pacientes como veremos nas páginas subsequentes deste boletim. 

DICAS

Evite:

  • Micoses nas unhas e no braço;
  • Traumatismos cutâneos (cortes, arranhões, picadas de inseto, queimaduras, retiradas de cutículas e depilação);
  • Uso de banheiras quentes e saunas;
  • Apertar o braço do lado operado (blusas com elástico; relógios, anéis e pulseiras apertadas; coleta de sangue; aferir a pressão arterial);
  • Evite movimentos bruscos, repetidos e de longa duração;

Faça:

  • Mantenha a pele hidratada e limpa;
  • Use as luvas de proteção ao fazer as atividades do lar (cozinha, jardinagem, lavar louça e contato com produtos químicos);
  • Durante viagens aéreas, use malha compressiva;
  • Fique atende aos sinais de infecção no braço (vermelhidão, inchaço, calor local).

Fonte: Boletim 104 – Sociedade Brasileira de Mastologia

up