Fevereiro Laranja e a conscientização sobre o diagnóstico precoce das leucemias.

Fevereiro Laranja e a conscientização sobre o diagnóstico precoce das leucemias.

Outubro Rosa, Novembro Azul, Janeiro Branco…. Você certamente já ouviu falar em alguma dessas campanhas voltadas à prevenção de doenças, não é mesmo? Pois, sabia que todos os meses do ano possuem cores específicas.  E, o nosso calendário é marcado por tonalidades que buscam chamar a atenção e conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidarmos da saúde e priorizar a nossa qualidade de vida.

Apesar de ainda não existir um calendário oficial sobre as cores dos meses, as campanhas são cada vez mais conhecidas, divulgadas e abraçadas pelas pessoas ao redor do mundo.

O segundo mês do ano também tem uma campanha. A partir de 2019, o mês de fevereiro ganhou a cor laranja, escolhida para simbolizar a campanha de conscientização sobre o diagnóstico precoce das leucemias e da importância da doação de medula óssea.

A leucemia é uma doença maligna que pode acometer diferentes faixas etárias, desde crianças até idosos. No último ano, segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), mais de 10 mil novos casos foram diagnosticados no Brasil.

A origem da doença é complexa, mas envolve mutações genéticas adquiridas nas células da medula óssea (onde se originam as nossas células sanguíneas). Como resultado, os leucócitos (glóbulos brancos) se multiplicam de forma desordenada e com características anormais, não realizando sua função de defesa, como ocorre normalmente.

Pode ocorrer como doença aguda, com rápida e agressiva evolução e alta mortalidade, se não tratada precocemente, e como crônica, com um padrão mais arrastado e muitas vezes sem sintomas. Podemos dividi-las também de acordo com a linhagem celular envolvida, mielóide ou linfóide.

Os fatores de risco para desenvolvimento das leucemias não são bem estabelecidos, mas sabemos que a exposição prévia a quimioterapia, radiação e alguns agentes tóxicos, como o benzeno, podem aumentar o seu risco.

Existem alguns sintomas que podem levantar a suspeita do diagnóstico de leucemia, geralmente sendo mais evidentes nas doenças agudas. Pela falha na produção de células normais pela medula óssea, o paciente pode se sentir mais cansado, pálido, queixar-se de falta de apetite, aumento dos gânglios linfáticos, apresentar sangramentos, e formação de hematomas espontâneos pelo corpo.

Como essas queixas podem estar relacionadas a diversas doenças, devem sempre ser avaliadas por um médico, que definirá a necessidade de exames complementares, como hemograma, testes de coagulação e, se necessário, realização de um aspirado ou biópsia de medula óssea, para avaliação mais precisa da doença. Esse é um procedimento efetuado pelo hematologista através de uma punção realizada geralmente no osso do quadril.

Os tratamentos sempre são individualizados e direcionados ao subtipo da doença, e em alguns pacientes, após o tratamento quimioterápico, é necessário prosseguir com o transplante de medula óssea, como forma de consolidar o tratamento. Inicialmente são testados os familiares de primeiro grau, para avaliar compatibilidade, e caso não haja, é iniciada a busca por doador de medula não aparentado no REDOME – Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Esse registro, reúne as informações de todas as pessoas cadastradas de forma voluntária como possíveis doadores de medula.

 Apesar das chances de se encontrar um doador compatível não aparentado geralmente serem pequenas, muitas vezes representa a única esperança para alguns pacientes com leucemia, por este motivo é tão importante que esses números sejam ampliados.

Como ser um doador de medula óssea?

  • Ter entre 18 e 55 anos de idade; bom estado de saúde; não ter histórico de câncer, doenças hematológicas, no sistema imunológico, infecciosas ou incapacitantes.
  • Ir ao hemocentro habilitado mais próximo – coletar 10ml de sangue para o exame de compatibilidade (HLA).
  • Seus dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no registro nacional de forma sigilosa
  • Quando houver um paciente com possível compatibilidade, você será consultado para decidir quanto à doação.

– Seja doador, procure o hemocentro mais próximo e faça seu cadastro. 

Esteja sempre atento aos sinais e sintomas, e procure um médico especialista de sua confiança para auxiliar na investigação, pois a informação pode salvar vidas.

Assinaram a matéria: Dra. Maitê de Liz Vassen Schurmann – Oncologia e Dra. Larissa Simas – Hematologia.

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