ASCO 2013 FORTALECE EVIDÊNCIAS EM CÂNCER DE MAMA
Sem grandes surpresas, o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) encerrou sua 49a edição com uma resposta já aguardada: o tratamento pelo período de dez anos com tamoxifeno na adjuvância do câncer de mama ER + é superior ao tratamento de cinco anos. É o que confirmou o estudo britânico a TTom, de fase III, que mostrou os benefícios da terapia prolongada.
“O tratamento por dez anos é ainda melhor que o tamoxifeno por cinco anos”, atestou Richard Gray, da Universidade de Oxford, um dos autores do estudo que traz a confirmação a partir uma casuística bastante robusta. A investigação avaliou quase 7 mil mulheres com um seguimento de mais de dez anos, e os resultados mostraram que no gripo tratado pelo período prolongado o número de casos de recorrência da doença foi inferior ao braço que recebeu o quimioterápico por cinco anos (17,7% versus 19,3%).
O risco de morte pela doença também foi 23% menor no grupo de dez anos, em outro evidente benefício do tratamento prolongado, confirmado os achados que o ATLAS já sinalizava em relação à terapia ampliada no câncer.
No câncer de mama triplo negativo, a controvérsia entre a cirurgia ou radioterapia na axila positiva também extraiu um dado a mais desta 49a ASCO. A resposta veio do estudo AMAROS, que investigou 4.806 pacientes com tumor invasivo. Desse universo, as pacientes que apresentaram linfonodo axilar positivo foram randomizadas para receber radioterapia (681) ou cirurgia (744), com um follow-up de 6,1 anos. No primeiro ano, o estudo revelou que as pacientes submetidas à cirurgia tiveram mais linfedema que o grupo tratado com a radioterapia (40% versus 20%) e nos anos seguintes o número de pacientes com linfedema diminuiu, mas a diferença continuou favorecendo a radioterapia (28% versus 14%), que fica recomendada como alternativa muito bem-vinda no momento em que a ASCO parece conferir novo relevo ao conceito de qualidade de vida.
Fonte: Revista Asco & Oncologia de Julho/agosto 2013